A Geração Nem-Nem em 2025: Um Retrato Preocupante do Brasil

Em 2025, cerca de 24% dos jovens brasileiros entre 25 e 34 anos não trabalham nem estudam, segundo dados da OCDE. Esse grupo, conhecido como "geração nem-nem", representa quase um quarto da população jovem do país, um número alarmante, apesar da leve queda em relação aos 29,4% registrados em 2016. A situação é ainda mais grave quando comparada a outros países, já que o Brasil ocupa uma posição desfavorável nesse ranking, ficando atrás até mesmo de algumas nações com economias menos desenvolvidas.  



Mas o que leva tantos jovens a ficarem à margem do mercado de trabalho e da educação? As causas são múltiplas e complexas. Em primeiro lugar, há uma evidente falta de oportunidades no mercado de trabalho. Muitos jovens simplesmente não conseguem emprego, seja por falta de experiência, pela escassez de vagas ou pela exigência de qualificações que não possuem. Além disso, a evasão escolar e a baixa qualidade do ensino público deixam muitos despreparados para competir por melhores posições.  


Outro fator importante é o desalento. Após meses ou até anos de buscas frustradas, muitos jovens desistem de procurar emprego, entrando em um ciclo de inatividade difícil de romper. A economia instável e os salários baixos também contribuem para esse cenário, fazendo com que alguns prefiram trabalhos informais ou bicos esporádicos, que muitas vezes não são captados pelas pesquisas.  


As mulheres são particularmente afetadas. Muitas abandonam os estudos ou o trabalho para cuidar de filhos ou familiares, enfrentando dupla jornada e falta de apoio. Sem políticas públicas eficientes, como creches acessíveis e licenças-parentais mais justas, fica ainda mais difícil para elas retornarem ao mercado.  


Os impactos dessa geração "nem-nem" são profundos. Economicamente, o país perde mão de obra qualificada e produtividade, enquanto os gastos com programas sociais aumentam. Socialmente, a desigualdade se amplia, já que muitos desses jovens vêm de famílias de baixa renda e têm menos chances de ascender. E, em nível individual, a exclusão prolongada pode levar a problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, além de dificultar a reinserção futura no mercado.  


A solução exige ações em várias frentes. É preciso investir em educação técnica e profissionalizante, criar políticas de incentivo à contratação de jovens e ampliar programas de estágio e aprendizagem. Além disso, é essencial oferecer suporte psicológico e orientação profissional para combater o desânimo. O Brasil não pode se dar ao luxo de perder uma geração inteira. O futuro do país depende das oportunidades que oferecemos hoje a esses jovens. Se nada for feito, o preço a pagar será ainda mais alto nos próximos anos.

Escrito por Jackson Ryller - Graduado em Ciência da Felicidade, Jornalismo e Gestão Financeira, Especialista em Aprendizagem Baseada em Projetos, e Técnico em Controle Ambiental. Executivo Comercial da Rádio Sinapse. 


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